sábado, 25 de dezembro de 2021

Por que Dória não tem coragem de enfrentar o Governo Federal?

05/04/2020

CÁSSIO FORCIGNANO


Em meio a maior crise mundial dos últimos 75 anos, assistimos um entrave, entre João Dória, governador de São Paulo, e Jair Bolsonaro, presidente dá República Federativa do Brasil!

Dória percebendo que pode tirar alguma vantagem da situação, aproveita para atacar o presidente. Ataca não a presidência e o que ela representa, pois não fala nem na autonomia Estadual, que em um momento assim seria de grande importância, ainda mais ele sabendo que é São Paulo mesmo que responde pela maior parte da arrecadação. Dos recursos que vão para Brasília quase nada retorna, devido o nosso modelo de Federalismo capenga, que provoca grande distorção entre o poder político e o poder econômico, o que também causa à São Paulo uma anemia para enfrentar a crise do novo vírus.

Mesmo São Paulo sendo um Estado rico, é impossível parar parte de sua produção, manter comércios fechados, pois como comentamos antes, infelizmente o nosso Federalismo, prejudica enormemente São Paulo, que encaminha muitos recursos para Brasília, recebendo pouco de volta, reservas que ajudariam a enfrentar a crise, estão nas mãos do poder central. Seria então o momento do Governo do Estado exigir o que lhe é de direito, porém interesses políticos não permitem tal passo . O Governo Federal, no entanto, falou em "estados independentes", e, segundo Bolsonaro, continuou falando sobre alguns governadores "faltou apenas decretar a independência!" Ou seja o presidente foi mais desafiador que o governador que mantendo-se calmo, quase apático, continuou falando em tom de submissão ao poder central, mas aproveitou para, mesmo que de forma indireta se colocar, como uma saída para a crise em 2022.

Em um momento tão difícil onde Dória poderia de fato defender São Paulo, parece que está mais preocupado em colocar em um futuro breve a faixa presidencial. Pior que a aproximação com a esquerda ou troca de elogios foi não ter sido duro o suficiente não com o presidente, mas com quem deveria ser, e não estamos falando de um indivíduo, uma pessoa, e sim Brasília e o que ela representa .

*Membro fundador do MSPI. É professor de História e Filosofia.

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