O grupo separatista Movimento São Paulo Independente (MSPI) promete fazer um ato no dia do aniversário da cidade, no próximo domingo, em frente ao Obelisco do Ibirapuera, monumento máximo da história de luta do exército paulista na revolução constitucionalista de 1932.
O movimento separatista paulista não é novo, mas – de tempos em tempos – ele ganha mais força. Na última eleição, o deputado eleito por São Paulo, Coronel Telhada (PSDB), usou as redes sociais para demonstrar sua irritação com a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e anunciou que seria hora “de São Paulo se separar do resto desse país”.
Atualmente, a insatisfação com o governo petista é um dos principais pontos de insatisfação dos separatistas. Mas vale lembrar que a cidade, atualmente, é comandada por um prefeito do mesmo partido da presidente. O Estado, porém, permanece nas mãos do PSDB há mais de 20 anos.
Como paulistano, acho uma bobagem essa história de separatismo, mas respeito quem pense diferente. São Paulo é o que é por causa da população heterogênea, formada por pessoas de todas as partes do mundo. Para se ter uma ideia, apenas em minha equipe no trabalho tenho o prazer de ter a companhia de um carioca, uma mineira, um gaúcho, uma baiana e de uma paulista de Ourinhos, que já é na divisa com o Paraná.
O principal argumento para a separação é o fato de São Paulo supostamente “sustentar” o País e de não receber de volta de Brasília o montante que aqui é arrecadado. “A federação brasileira, ao colocar todos sob a mesma bandeira e mesma cultura, estimula essa ‘guerra fria’ cultural que existe hoje. Manter o Brasil unido faz tanto sentido quanto unificar todos os países da América Latina em um só. Fazer parte do Brasil não é vantajoso nem mesmo para os estados que recebem grandes aportes financeiros do governo federal”, publicou o movimento em uma rede social.
Todos possuem seus argumentos e – ainda bem – a liberdade para se manifestar. O ato do MSP será às 11h30 do próximo domingo, no obelisco. E, se um dia essa separação realmente ocorrer, espero que nossos colegas de outros Estados não sejam deportados, pois isso aqui ficaria um tédio.
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Atualização
O MPSI se manifestou e esclareceu que não defende da expulsão de cidadãos de outras localidades do Estado, apenas a separação política de São Paulo. “Continuaremos a receber todos aqueles que aqui desejam morar, trabalhar e prosperar, independente da origem”, disseram em nota.
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