Todos Cantam a Sua Terra
Martins Fontes
Paulista eu sou há quatrocentos anos:
Imortal, indomável, infinita,
Dos mortos de que venho, ressuscita
A alma dos Bandeirantes sobrehumanos.
Tenho o orgulho dos nossos altiplanos.
Tenho a paixão da gleba circunscrita.
Quero morrer, ouvindo a voz bendita
Dos pausados cantares paulistanos.
De minha terra, para minha terra,
Tenho vivido. Meu amor encerra
A adoração de tudo quanto é nosso.
Por ela, sonho num perpetuo enlevo.
E, incapaz de servi-la quanto devo,
Quero ao menos e amá-la quanto posso.
Publicado originalmente em 08/02/2014