sábado, 2 de outubro de 2021

Separatismo e racismo

JÚLIO BUENO




Não é de hoje que a mídia brasileira, consciente ou inconscientemente, ligada pela (de)formação educacional, feita a base de marxismo cultural universitário e posterior manutenção de um ambiente esquerdista em boa parte das redações dos jornais e revistas, vem tentando criminosamente associar toda manifestação do direito inalienável de autodeterminação do povo Paulista, através de seus grupos de pressão, com elementos defensores de uma política generalizada de segregação racial e social de pessoas, de acordo com a sua cor da pele.

Primeiramente, uma acusação como essa carece de uma lógica maior, pois uma das principais acusações que os ativistas do separatismo Paulista receberam foi de querer expulsar de nosso rincão todos os nordestinos. Uma primeira colocação se faz necessário: existe uma raça nordestina, uma raça da Bahia ou do Pernambuco?

Por que aqueles que acusam os separatistas, nas redes sociais e correntes de e-mail, sempre fazem sem o menor conhecimento de causa, sem sequer jamais ter participado de um encontro, de uma reunião de qualquer movimento separatista que seja? Sabem eles, por acaso, que junto dos separatistas em São Paulo encontramos muitos aparentados a nordestinos, e mais, entre muitos dos nordestinos que habitam nossa capital, a ideia da secessão é recebida, via de regra, como algo a ser considerado e levado em conta?

Sabem ainda, porventura, esses comentaristas virtuais que nas fileiras dos ativistas Paulistas temos vários afrodescendentes, que são tratados como um membro de qualquer outra origem étnica? Pois bem, há quem não sabe, e pior, existem aqueles que sabem dessa realidade, mas em nome de um histerismo patológico de patriota de Copa do Mundo se fazem de inocentes, de maneira a querer vencer uma discussão.

Não há motivo para se ter receio com a atividade separatista. Não praticamos nós nenhum ato delituoso. Não somos racistas, não defendemos um apartheid. Lenin diz que devemos acusar nossos adversários daquilo que somos. Pois desse modo age o Brasil, que acusa através de políticos, pensadores e personalidades, São Paulo ser um estado xenófobo, intolerante e racista. Racista é o Brasil que levou a escravidão até as portas do século XX. Apartheid social é aquele que Brasília pratica com todos os moradores da América portuguesa, que diante de tantos impostos pagos não recebem nada em troca, configurando isto outra coisa senão pura exploração imperialista? E por fim xenófobos são os brasileiros, que adoram zombetear todo estrangeiro, que não pode ver um turista na rua e se tiver a oportunidade lhe passará a perna, e pior xenófobos são os brasileiros com os Paulistas, pois há gerações nos roubam, exploram e nos impedem de levar adiante o nosso destino de povo livre.

Publicado originalmente em 27/09/2013

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